Ku Klux Klan, o famoso KKK não está pra brincadeira

Ao se deparar com a expressão KKK é possível fazer uma associação com a risada comumente utilizada em redes sociais. Mas com certeza os fundadores dessa organização secreta não estavam rindo ao criá-la.

O Ku Klux Klan, que seria o “clã do círculo”, surgiu em 1866 nos Estados Unidos, após o fim da Guerra Civil americana. Tendo por objetivo impedir a integração social de negros, para que se constituísse a supremacia branca no país.

Por meio da violência e com a utilização de um capuz branco e roupão para esconder a identidade, eles aterrorizavam, espancavam, mutilavam e matavam diversos negros.

O governo poucos anos depois começou a enfrentar a organização e acabou por declarar a KKK inconstitucional, o que fez com que esta sumisse até o século XX. Acabou por voltar no estado da Geórgia não possuindo somente o ódio a negros mas, agora também misturava nacionalismo e xenofobia.

A nova organização chegou a ter cerca de 4 milhões de membros e seu novo símbolo se tornou uma cruz em chamas.

Houve um grande número de denúncias de maus tratos, sequestros e homicídios atribuídos ao KKK. Tendo como um dos casos mais famosos o de Madge Oberholtzer, uma professora de literatura que acabou morta após sequestro e violência por Curtiss Stephenson, Grand Dragon de Indiana.

A Ku Klux Klan ainda existe, mas sua força atual é bastante pequena. A maioria dos militantes que defendem a supremacia branca adere a grupos ainda mais fortes como a Nação Ariana e outras.

 

 

 

 

 

A escravidão no Brasil retratada através da música nacional

Não é de hoje que sabemos como cantores renomados como Chico Buarque, Caetano Veloso e Jorge Benjor fazem de sua arte mais do que um simples meio de entretenimento, como também utilizam da mesma para retratar fatos históricos, criticar a sociedade ou até mesmo realizar protestos. Diante da constante desvalorização da cultura nacional pelo próprio povo brasileiro devido às constantes imposições midiáticas à supervalorização da cultura norte-americana ou até mesmo da cultura europeia, é mister pensar o papel da Música Popular Brasileira (incluindo o samba, a bossa-nova e etc) como um forte marco cultural que deve ser reconhecido, pois seu papel têm sido de extrema importância em diversos momentos vividos pelo país.

Aclamando a cultura nacional e relacionando à mesma ao conteúdo estudado em âmbito escolar, deixamos aqui o link da música “Zumbi” (também conhecida como “África Brasil”), composta por Jorge Benjor no ano de 1974, cantada na majestosa voz de Caetano Veloso:

Nas palavras de Alexandre Reis, pós-graduado em história pela Universidade Federal Fluminense, temos uma breve análise da música através de uma perspectiva histórica:

Nas canções de Ben, a temática da escravidão aparece, por exemplo, em África Brasil:

Angola, Congo, Benguela,
Monjolo,Cabinda, Mina,
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há uma princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados num carro de boi

Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola, Congo, Benguela,
Monjolo,Cabinda, Mina,
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
De um lado cana-de-açúcar
De outro lado, o cafezal
Ao centro, os senhores sentados
Vendo a colheita do algodão branco
Sendo colhido por mãos negras

Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Quando Zumbi chegar
O que vai acontecer

Zumbi é o senhor das guerras
Senhor das demandas
Quando Zumbi chega
É Zumbi é quem manda

Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola
Congo
Benguela
Monjolo
Cabinda
Mona
Quiloa
Rebolo

Os nomes destas localidades foram ressignificados no Brasil, ganhando uma função semântica identitária para designar o indivíduo. Por exemplo: Maria Conga, Joana Kabinda. As identidades e etnias construídas na diáspora podem ser um “guarda-chuva” para outras identidades ainda mais específicas. Um escravo designado no Brasil genericamente como “Mina” pode, por exemplo, pertencer ao grupo étnico dos Mahí.363 Em seguida, a letra da canção faz referência a uma princesa africana que teria sido vendida como escrava. Essa referência à ideia de nobreza africana trazida para o Brasil com reis, princesas e súditos faz parte das historias dos africanos escravizados que circularam em algumas regiões do Brasil. Relaciona-se também com ritos ainda presentes no Brasil como as Congadas, que dramatizam a coroação de “Reis Congo” no Brasil. Tais rituais, que ganharam força no Brasil a partir do século XIX, podem ser considerados como uma rearticulação de batalhas rituais e festejos que ocorriam no século XVII e XVIII em regiões da África como Congo e Angola com festividades do catolicismo. […}

A memória da escravidão ou a recorrência a uma cultura histórica sobre a escravidão também aparece na canção quando o cantor faz referência ao trabalho escravo nas plantações de algodão, café e cana de açúcar.366 Jorge parece querer esquecer o holocausto escravista já que não usa a palavra “escravidão”, ainda assim aciona essa memória e aborda o seu caráter violento. [..]

Outra questão a ser destacada nesta canção é maneira como Jorge Ben constrói a imagem de Zumbi. Este personagem aparece como um Deus guerreiro pronto a vingar as violências cometidas no período escravista: “Eu quero ver quando Zumbi chegar/ O que vai acontecer/ Zumbi é o Senhor das Guerras/ Zumbi é Senhor das demandas”. É possível conjecturar que Ben no referido trecho, está associando Zumbi a Ogum, que tradicionalmente nas religiões afro-brasileiras, como a umbanda e o candomblé, é o orixá do ferro e da guerra. Ademais, “demanda” é uma expressão que nestas religiões quer dizer “feitiço” ou “mandinga”. […]

Ainda sobre Zumbi, importante personagem da história nacional, a partir de 1950, passou a expressar a luta aguerrida contra a dominação violenta da escravidão. Esta interpretação que enaltece Zumbi como símbolo de resistência, da liberdade e da luta contra o racismo ganha mais visibilidade quando encampada pelo movimento negro na década de 1970369. Amílcar Pereira descreve em seu trabalho esse processo a partir da mobilização do grupo Palmares em 1971, sobretudo, quando da instituição do dia 20 de Novembro, data da morte de Zumbi, como um importante marco de memória para o movimento negro. Vale também destacar as interpretações de Ben nesta canção. Ela tem duas versões. Na de 1972, a interpretação do cantor é suave, usando violão, como se fosse uma estratégia deliberada do cantor falar de um tema espinhoso como a escravidão de uma maneira mais leve. Já a interpretação de 1976 é bem mais rápida, mais agitada, com riff’s de guitarra. Nesta última, Jorge quase grita ao interpretar a canção, como se estivesse com raiva. Em entrevista ao programa Roda Viva em 1995, Jorge alegou que esta diferença se deveu a uma mudança de produtor. Independentemente desta declaração, as conjunturas em 1972 e 1976 são diferentes. Em 1972, o Brasil estava sob o governo do ditador Emílio Garrastazu Médici, que favoreceu a chamada “linha-dura” do exército: a repressão policial e a censura ocorreram em larga escala neste período. Já em 1976, o presidente militar era Ernesto Geisel, cujos objetivos eram conter a linha-dura e “distender” o regime. 370 Na segunda metade dos anos 1970, aumenta a mobilização de diversos setores da sociedade brasileira, inclusive das organizações negras e a denúncia da democracia racial enquanto um mito vai se tornando mais intensa. […]

Artigo completo disponível em: http://www.historia.uff.br/stricto/td/1800.pdf

E você, quais músicas conhece que retomam a escravidão no Brasil?

Viva a cultura nacional!

Pan-Americanismo de Simon Bolívar

Em se tratando da independência das nações latino americanas, temos que idéia de uma cooperação continental na América não é recente se considerarmos a iniciativa do “libertador” Simon Bolívar que em 1824 decidiu convocar os países do continente para um Congresso no Panamá. O Congresso contou com a participação da Colômbia, Venezuela, Equador, Chile, Argentina, Peru, México e América Central, porém, tanto o império brasileiro quanto os EUA, embora tenham sido convidados, não enviaram representação.

O termo pan-americanismo derivou da ideia de uma Pan-América cunhado pela imprensa norte americana em 1889. Deve-se observar, que durante o século XIX a Europa foi invadida por movimentos ideológicos internacionais – os “panismos” – que tinham como proposta reunir em torno de um centro dominante países, povos, ou comunidades de parentesco vinculadas as questões étnicas, linguísticas e culturais. Como exemplos podemos citar: pan-germanismo, pan-eslavismo, pan-islamismo e etc.

Para os EUA, o movimento pan-americano deveria incorporar uma série de fatores, como localização geográfica, interesses econômicos e aspirações nacionais que possibilitassem maior aproximação continental. Na realidade, o projeto pan-americano tenta retomar a ideia do bolivarismo, definida no discurso do Simon Bolívar em Angustura.

No caso de Simon Bolívar e sua proposta de Pan-Americanismo, vinha principalmente o interesse político de união entre todos os países da América latina, que falavam linguas latinas. Comparando então com os “panismos” europeus, é possível perceber o cunho cultural e linguistico desta idealização.

Porém, devido à divergência de ideais políticos, a instabilidade das recém independentes nações latinas, o pan-americanismo não se concretizou, como já era possível prever.

Curiosidade: O dia de hoje, 14 de abril é o dia do Pan-americanismo.

 

 

Fontes:AZEVEDO, Francisca Nogueira de. Visões continentais: Projetos políticos e culturais para a América Latina. Salvador,2000-Anais eletrônicos do IV encontro da ANPHLAC

 

 

A Constituição de 1824

A Constituição do Império do Brasil de 1824 foi a primeira constituição brasileira. A carta constitucional foi encomendada pelo imperador Dom Pedro I. Modelada nas ideias francesas e inglesas, com algumas influencias da Constituição Portuguesa, esta Constituição estabelecia quatro poderes.
O estabelecimento da divisão deste poderes é tema do Título III da Constituição:
“Art. 9. A divisão, e harmonia dos Poderes Politicos é o principio conservador dos Direitos dos Cidadãos, e o mais seguro meio de fazer effectivas as garantias, que a Constituição offerece.
Art. 10. Os Poderes Politicos reconhecidos pela Constituição do Imperio do Brazil são quatro: o Poder Legislativo, o Poder Moderador, o Poder Executivo, e o Poder Judicial.
Art. 11. Os Representantes da Nação Brazileira são o Imperador, e a Assembléa Geral.
Art. 12. Todos estes Poderes no Imperio do Brazil são delegações da Nação.”

Observa-se, em tais enunciados, uma explícita ênfase nos “Direitos dos Cidadãos” e nas “garantias, que a Constituição offerece”. Entretanto, a definição de atribuições dos diversos poderes evidencia o interesse em centralizar as decisões e limitar a pluralidade de manifestações, que os redatores viam com certo receio, até justificadamente derivado das recentes experiências internas e externas. Embora caracterizados como “delegações da Nação”, os poderes tenderiam a perpetuar-se às expensas do livre jogo político.
O Poder Moderador está definido no Capítulo I, do Título 5º, indicando:

“Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organisação Politica e é delegado privativamente ao Imperador como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Representante para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independencia, equilibrio, e harmonia dos mais Poderes Politicos.”
“Art. 99. A Pessoa do Imperador é inviolavel, e Sagrada: Elle não está sujeito a responsabilidade alguma.”

Quanto às atribuições do Poder Moderador, a Constituição estabelece as seguintes:
“Art. 101. O Imperador exerce o Poder Moderador
I. Nomeando os Senadores, na fórma do Art. 43.
II. Convocando a Assembléa Geral extraordinariamente nos intervallos das Sessões, quando assim o pede o bem do Imperio.
III. Sanccionando os Decretos e Resoluções da Assembléa Geral para que tenham força de Lei.
IV. Approvando e suspendendo interinamente as Resoluções dos Conselhos Provinciaes.
V. Prorrogando, ou adiando a Assembléa Geral e dissolvendo a Camara dos Deputados, nos casos que o exigir a salvação do Estado; convocando immediatamente outra que a substitua.
VI. Nomeando e demittindo livremente os Ministros de Estado.
VII. Suspendendo os Magistrados nos casos do Art. 154.
VIII. Perdoando e moderando as penas impostas aos Réos condemnados por Sentença.
IX. Concedendo Amnistia em caso urgente, e que assim aconselhem a humanidade, e bem do Estado.”

“O Imperador – consta no Art. 102 – é o Chefe do Poder Executivo, e o exercita pelos seus Ministros de Estado”. “O Poder Legislativo – estabelece o Art. 13 – é delegado á Assembléa Geral com a Sancção do Imperador”. No parecer de Godofredo Autran, insuspeito por ter escrito e lecionado em plena vigência da Constituição imperial, “Dizer-se que o poder legislativo é delegado á assembléa com a sancção do Imperador, é estabelecer o principio de que o Imperador faz parte do poder legislativo”. Fecha-se, assim, o cerco às instituições. A figura do Imperador permeia todas elas. Mais que uma “chave de cúpula”, imóvel e superior na manutenção do equilíbrio das forças sociais, o poder do imperador se estava tornando, simplesmente, uma “chave”, capaz de abrir e fechar todas as portas.

Organograma do Império a partir da Constituição de 1824organograma imperio

Referências:
http://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/historia/constituicao_1824_poderes

Preto Cosme, um nome a se lembrar

 

Cosme Bento das Chagas, nascido em Sobral. Apesar de liberto, foi um dos que sofreu diversas violências cotidianas, junto com outros negros que também almejavam uma vida ao menos mais digna.

Escravo, foi considerado um grande líder, capaz de organizar uma insurreição de escravos, com cerca de 3 mil negros e também libertos. Considerado um dos focos da Balaiada, revolta que ocorreu em 1838 no Maranhão e Piauí, queria abolir a escravidão.

Cosme era alfabetizado, coisa bastante diferente pela sua época, ainda mais pelo fato de ter criado uma escola de primeiras letras na Fazenda da Lagoa Amarela, que era a antiga sede do movimento.

Sua participação foi sem dúvida muito ativa, pois conseguia na maioria das vezes garantir a carta de alforria para escravos, sob coação física.

Mas como em diversas rebeliões, essa teve um final bastante tenso, em que o governo regencial reprimiu com bastante violência, deixando diversos mortos. E Cosme acabou sendo enforcado em 1842, pelo crime de insurreição.

 

 

Referências:

http://www.meionorte.com/blogs/edilsonnascimento/negro-cosme-e-um-heroi-que-precisa-ser-resgatado-no-brasil-230854

http://rebeliaobalaiada.blogspot.com.br/2008/10/carta-atual-deu-mais-solidez-poltica-ao.html

A Bandeira do Brasil Imperial

Flag_of_Empire_of_Brazil_(1870-1889).svg

Bandeira do Brasil Imperial

A declaração de independência do Brasil ocorreu em 7 de setembro de 1822 em no dia 18 desse mesmo mês Dom Pedro I assinou os três primeiros decretos do império independente. O terceiro destes decretos? A implantação da nova bandeira.

Os símbolos da bandeira:

  • O retângulo verde: Representa a Casa de Bragança (casa reinante portuguesa da família de Dom Pedro). Por outro lado, segundo Dom Pedro I,  simboliza o país da eterna primavera.
  • O losango amarelo: Representa a Casa de Habsburgo (da família de Dona Leopoldina).
  • Brasão do centro da bandeira: Brasão do império
  • Ramos de vegetais: Ramos de duas riquezas do império: café (à esquerda) e tabaco(à direita). São unidos pelo “fitão nacional”.
  • Cruz ao centro: É a Cruz de Cristo, que remete à Portugal e a Ordem dos Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Cristo
  • Esfera armilar: Símbolo do poder “majestático” em Portugal. Esfera formada por círculos metálicos.
  • Faixa azul com estrelas: As estrelas representavam as províncias do Império. 19 estrelas para 19 províncias.
  • Coroa: Coroa Imperial (diferente da coroa real, que está presente na bandeira anterior).
  • Cruz acima da Coroa: Significa que Deus está acima do Imperador.

Fontes:

http://www.monarquia.org.br/-/obrasilimperial/Bandeirashistoricas.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_do_Brasil
http://www.brasilimperial.org.br/layout/layout2.php?cdConteudo=34&codigo=24

As mulheres na Comuna de Paris

Muitas vezes a participação das mulheres na história foi encoberta, ocultada ou subestimada, porém, na Comuna de Paris sua participação foi tão importante que é difícil não citá-la.

louise-michel

Louise Michel com o uniforme dos “communards”

Destas mulheres, várias se tornaram famosas como Louise Michel, Nathalie Lemel ou Elisabeth Dmitrieff mas milhares permanecem desconhecidas. A maioria delas eram trabalhadoras e todas eram de valor admirável, zelo e abnegação.

Em 18 de março, no primeiro dia da Comuna, foram elas que aclamavam para a insurreição. Louise Michel e muitas parisienses preveniram tropas enviadas pelo governo para recuperar os canhões de Montmartre e convenceram os soldados a confraternizar com os insurgentes.

Em 9 de abril de 1871, sob o impulso de uma operária, Nathalie Lemel, e uma professora aristocrata russa, Elizabeth Dmitrieff, trabalharam pela organização “União das Mulheres para a defesa de Paris e para cuidar dos feridos”, a primeira associação do sexo feminino organizada.

Durante a “Semana Sangrenta”, entre 22 e 28 de maio de 1871, muitas mulheres que estavam à frente dos Comitês, clubes e demais organizações reforçaram as barricadas que ainda resistiam às investidas dos soldados ligados a Versalhes e dos prussianos. Muitas delas morreram em combate ou mesmo executadas. Outras ainda foram presas, julgadas e muitas foram deportadas.

comuna-3

Entretanto, na prisão ainda mantinham o espírito revolucionário e de contestação da ordem que as oprimia. Muito mais do que os “communards”, elas eram caluniadas, humilhadas, destratadas, apelidadas de “pétroleuses” e violentadas pelos vencedores e jornalistas reacionárias, demonstrando o importante papel que ocupavam durante a epopeia revolucionária que durou 72 dias e o terror que inspirou aos ricos.

Referências bibliográficas: 

PINTO, Thiago dos Santos. Mulheres na Comuna de Paris, 1871. Disponível em: <<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/mulheres-na-comuna-paris-1871.htm>&gt;. Acesso em 15/03/2016.

As Mulheres da Comuna de Paris. Disponível em: <<https://mfprio.wordpress.com/2014/03/19/as-mulheres-da-comuna-de-paris/>&gt;. Acesso em 15/03/2016.

O Papel da Imprensa na Primavera dos Povos

Membro da Câmara dos Comuns Britânica, Edmund Burns classificou por volta de 1790 a imprensa como Quarto Poder. Na realidade, esta tradução foi um pouco modificada, a tradução literal seria “Quarto Estado”(Fourth Estate). Naqueles tempos, o clero seria o primeiro estado, a nobreza, o segundo estado, a burguesia a terceira e então a imprensa seria o quarto.

A ideologia deste quarto poder contrapõe o dos partidos políticos, pois representa todas as vozes, as vozes do povo, uma instrumento de comunicação plural, enquanto que partidos políticos só atendem a esta pluralidade se os parlamentos são democráticos.

Primavera dos Povos:

Itália

Ao contrário do que muitos pensam e aprendem, a Primavera dos povos, de 1848 teve inicio na luta pela independência das Duas Sicilias dos Bourbons e não a França com a queda de Louis Philippe I. A luta fora iniciada em 12 de janeiro daquele ano e neste contexto, três dias antes foram distribuídos cartazes e jornais para a organização de uma constituição e pela formação de um Parlamento Nacional. O Jornal  Giovine Italia(Jovem Itália), fundada por Giuseppe Mazzini em 1832, tinha a função de educação e propaganda para a insurreição. O jornal deveria divulgar a palavra de ordem:

“Independência, Unificação e República!”

Ainda na Sicilia, porém na peninsular, em 1847 é fundado a “Propaganda”, uma associação inspirada no Giovine Italia, organização essa que teve papel fundamental na disseminação das ideias revoltosas de 1848.

França

O ultimo rei Bourbon da França, Carlos X, nas revoluções de 1830 decreta as Ordonnances de Saint-Cloud, em 24 de julho de 1830, suprimindo a liberdade de imprensa. Neste contexto, jornalistas organizam o LeNational que seria essencial para a Revolução de Julho, que retiraria Carlos X e faria com que o “Rei-Cidadão”, Louis Philippe I subisse ao poder. A palavra de ordem era:

“O Rei reina, mas não governa.”

Porém, o Rei-Cidadão se mostrou Rei-Burguês, formou-se então uma oposição republicana, com apoiadores na câmara e na imprensa. O orgão parisiense do LeNational, o dito National, percebendo a insatisfação popular, uniu-se ao movimento republicano e no dia 22 de fevereiro de 1848 publicou o manifesto de Armand Marrast que convocava o povo a derrubar o governo vigente. Mais uma vez a força da imprensa foi provada e o rei abdicou, foi então proclamada a Segunda República Francesa, formada em grande parte por membros do National.

O papel da imprensa de mostrou extremamente importante para a mobilização popular do povo, naqueles tempos, a organização política era difícil de ser executada pela comunicação. A imprensa, ciente do poder que detinha em mãos, utilizou-o para comunicar aos povos uma revolta, beneficiando-se da sua qualidade de única esfera midiática representativa, atingiu um grande contingente de pessoas.

Podemos perceber então, o papel moderno na mídia, da imprensa e da informação política para o sucesso revolucionário. Portanto, há de se esperar que ainda hoje, com o crescimento significativo dos meios de comunicação, consequentemente da mídia, este quarto poder ainda vigora.

Há ainda outros casos como da Alemanha, que estão disponíveis no documento fonte desta matéria.

Referência:
VENANCIO, Rafael Duarte Oliveira.(Revista Anagrama. Ed 2-Primavera dos Jornais:Imprensa e revoluções de 1848)- Fevereiro de 2009/SãoPaulo

 

 

Indicação: Novecento – 1900- Bernardo Bertolucci, 1976)

Não é de hoje que os filmes são frequentemente utilizados como meio de conscientização sobre diversos fatores. Na ditadura no Brasil, por exemplo, vários movimentos estudantis exibiam “cine-clubes” utilizando de filmes com temáticas políticas para levantar discussões. Portanto, é importante considerar como o cinema pode ser um meio muito eficaz para retratar épocas (se forem historicamente coerentes, claro) e contextos históricos de forma muito eficaz, pois podem levar o telespectador à reflexão acerca daquilo que é retratado.

Sendo assim, hoje trazemos um filme capaz de ilustrar as diferentes condições de vida que o crescimento do capitalismo trouxe para a Europa e também, a ascensão de diferentes correntes ideológicas.

O filme faz uma retrospectiva histórica da Itália desde o início do século 20 até o fim da Segunda Guerra Mundial, focando na vida de duas pessoas: Olmo, filho bastardo de camponeses, e Alfredo, herdeiro de uma rica família de latifundiários. Apesar da amizade desde a infância, a origem social fala mais alto e os coloca em pólos política e ideologicamente antagônicos. O plano de fundo é o intenso cenário político da época, com o fortalecimento do fascismo e, em oposição, as lutas trabalhistas ligadas ao socialismo.     ( Trecho por Lucas Pilatti Miranda)

front cover - Novecento

Alerta: O filme tem duração de 5 horas e 20 minutos. A crítica louva como uma das obras mais maduras de Bernardo Bertolucci.

O filme está disponível no youtube, mas como é muito longo, divido em várias partes.

Boa sessão!

 

 

 

Manifesto comunista e Primavera dos Povos

Não somente por coincidência, mas no exato ano em que se eclodia diversas revoluções de cunho liberal na Europa, foi publicado o famoso “Manifesto comunista” de Karl Marx e Friedrich Engels.

Manifesto Comunista publicado em 1848

Em uma época de crise social e política, a grande massa popular viu nesses movimentos uma forma de tentar solucionar seus problemas, se voltando ao capitalismo. Fazendo com que vários trabalhadores se juntassem em pequenas sociedades, interessadas na luta contra a miséria.

Com o lançamento de uma proposta de revolução, o manifesto apontou as falhas do Estado Liberal, para que a classe trabalhadora realizasse uma mudança de grande profundidade, com o objetivo em comum.

O conjunto dessas revoluções que ocorreram no ano de 1848 recebeu o nome de “Primavera dos povos”que acabou por posicionar a burguesia e proletariado em lados opostos.

Primavera dos Povos

Portanto, com a grande revolução global, foi possível ter uma enorme popularização do Manifesto Comunista sendo notado e reconhecido por diversos partidos.

Bibliografia:

http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/revolucao-de-1848-movimentos-revolucionarios-populares-no-mundo.htm

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/o-manifesto-comunista.htm